Uma história mal contada

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a) Muitos sportinguistas ainda esperam um comunicado do Sporting Clube de Portugal, a desmentir que José Eduardo tenha sido mandatado por Bruno de Carvalho para dizer as barbaridades que disse, ou pelo menos a repudiar as críticas e acusações graves feitas pelo fornecedor de catering do Estádio de Alvalade a Marco Silva.

b) Ao não fazê-lo, Bruno de Carvalho e restante estrutura directiva colocam-se na mira do óbvio, que é o de pelo menos terem, ainda que parcialmente, a ver com esta história que está muito mal contada: o silêncio é muitas vezes conivente, e noutras é mesmo cúmplice, numa direcção que emite comunicados a metro, causa muita estranheza tal silêncio.

c) A marcha-atrás de José Eduardo, que foi aliviando a “carga” contra Marco Silva, entrevista após entrevista, não só é lógica como racional, lógica porque foi atirado aos lobos por quem o mandatou, e de repente viu-se sozinho no meio do nada, racional porque ainda terá expectativas em ver o contrato entre Casa XXI e Sporting renovado (termina em 2016).

Muitos sportinguistas acreditarão que José Eduardo criou toda esta tempestade sozinho, e se quis reunir com o treinador à revelia de Bruno de Carvalho, terão todo direito a essa inocência de raciocínio, mas acreditamos que a esmagadora maioria dos sportinguistas sabem que só um louco o faria sozinho, e só um sortudo escaparia à crítica de Bruno de Carvalho. Há de facto histórias mal contadas, e neste caso, muito mal contadas…

Saudações leoníssimas

O PARCEIRO FANTASMA – MAIORIA DA SAD OU PRESIDÊNCIA

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a) Álvaro Sobrinho é um dos homens mais ricos da Lusofonia, facto ao qual acrescer o seguinte: tem como parceiros de negócios e amigos, muitos sportinguistas cujas fortunas são “incalculáveis”, a maioria deles angolanos, com dinheiro para gastar até perder de vista.

b) Foi também parceiro do anterior presidente, Godinho Lopes, com quem já fez negócios, e de quem segundo consta, é amigo pessoal, parceria que entendeu por bem estender também ao “consulado” de Bruno de Carvalho, através de acordos já pré-estabelecidos com Godinho Lopes, e com a celebração de novos acordos com o actual presidente.

c) A Holdimo conseguiu, e só nos últimos dezoito meses, passar a deter quase 30% do capital social da SAD, quando até aos finais de 2012 as acções que a empresa de Sobrinho detinha sobre a Sociedade Anónima Desportiva do Sporting eram inferiores a 5%, e só por isto há razões para crer numa estratégia global do empresário luso-angolano.

d) Durante esta semana, chegaram aos Ficheiros Secretos de Alvalade, informações idênticas vindas de três quadrantes diferentes do clube, uma delas, próxima ao actual elenco directivo do clube, que nos afirmaram que a relação Álvaro Sobrinho-Bruno de Carvalho já teve melhores dias, institucionalmente falando.

e) Mais, foi-nos garantido que Sobrinho tem dois planos para um mesmo objectivo: conseguir passar a deter a maioria do capital social da SAD, o mais rapidamente possível (cenário pouco provável, já que carece da anuência dos sócios), ou vir a ser eleito presidente, a única alternativa possível para conseguir liderar e gerir o clube e a sua SAD.

Seja como for, tal é conhecido publicamente, Álvaro Sobrinho é um homem extremamente ambicioso, e o seu crescimento ao nível de estatuto no Universo Leonino, ao qual acresce um aumento significativo na sua participação no capital social da Sporting, SAD., não serão gestos meramente “altruístas” e “inocentes”.

Existe, e esse é um facto, alguma dependência financeira do Sporting e da sua SAD em relação à Holdimo, resultado lógico da crise da qual o BCP ainda não está totalmente recuperado, e ao “escândalo” do Grupo Espírito Santo, que destruiu o BES, duas entidades às quais o Sporting já não pode recorrer como antes.

Parece-me lógico acreditar que Álvaro Sobrinho possa ter planos para o Sporting Clube de Portugal, e para a Sporting, SAD., planos que inclusivamente não terão começado a ser equacionados neste mandato, mas já no anterior, e que poderão vir a ser revelados brevemente, até pela crise que se vive em Alvalade.

Saudações leoníssimas

O ideólogo de serviço

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a) José Eduardo, foi um sofrível defesa lateral direito, pouco brilhante como jogador, e ainda mais como treinador, daí se explique a mudança radical que fez, ao dedicar-se ao “catering” de eventos, actividade onde diz ser o melhor da Europa, valha-nos isso portanto.

b) “Alapado” em Alvalade, desde 2003, com contratos renovados por várias direcções, José Eduardo, ou “Zé dos Tachos” e “Zé das Bifanas” como é conhecido, factura anualmente verbas entre os 750 mil e 1 milhão de euros através do Sporting, para fornecer “catering”.

c) O contrato da Casa XXI, criada propositadamente aquando da construção do novo estádio, prevê indemnizações nunca inferiores a 1 milhão de euros por cada ano, em caso de rescisão, o que mantém o clube refém da vontade deste “enorme sportinguista”.

d) Mais grave, José Eduardo teve durante anos cozinhas instaladas no Estádio, onde confeccionava todos os alimentos que são servidos através da Casa do Marquês, outra empresa sua, que organiza eventos que nada têm a ver com o Sporting Clube de Portugal e o seu Universo.

e) Criou manifestos, tipo manuais de como bem dirigir o futebol do Sporting, e gritou a plenos pulmões que o clube precisava reduzir custos, mas curiosamente nunca se mostrou disponível para renegociar em baixa os valores que cobra ao seu clube do coração.

f) Este “enorme sportinguista”, vem agora atacar um treinador do clube, insinuando-se como “mandatado” por Bruno de Carvalho e actual direcção, e vai mais longe, assumindo-se mesmo como o ideólogo do projecto deste (inacreditável!)

g) É só e tão só um recadeiro do actual presidente, um bailarino ideológico a quem foi prometida a renovação do actual contrato de fornecimento de “catering” (que termina em 2016), até 2020, desde que se mantenha ao lado daquele a quem apelidou ontem de “génio”.

José Eduardo é das figuras mais desleais e repugnantes do Sportinguismo, alguém que anda ao sabor do vento e de quem lidera o Sporting, e ontem, no programa 4x4x3 da RTP Informação, não fez mais do que reflectir as motivações pessoais e linhas doutrinais do próprio Bruno de Carvalho.

Estes dois sim, e ao contrário do treinador Marco Silva, têm agendas pessoais, um quer manter-se como fornecedor do clube, o outro deseja permanecer o maior tempo possível à frente do Sporting Clube de Portugal, perpetuando-se.

Saudações leoníssimas

A verdade da crise no Sporting

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Muito se escreve, pouco se acerta, como tal aqui vai a verdade dos factos.

a) Bruno de Carvalho quer criar crises estéreis, tudo com o objectivo de provocar eleições antecipadas, e assim poder garantir mais quatro anos à frente do clube. Tal em nada beneficia o Sporting Clube de Portugal, é só, e não mais que isso, uma mera tentativa de se poder perpetuar no poder.

b) A situação de Marco Silva não é mais que a tentativa do presidente do Sporting em afastar de si quaisquer críticas, decorrentes de uma má performance na Liga, de um mau planeamento da época 2014-15, e até do mau ambiente que se vive, ao contrário do anunciado, entre vários elementos dos órgãos sociais.

c) Marco Silva demarcou-se de tal cenário e de assumir essa responsabilidade, relembrando à estrutura da SAD, na famigerada reunião, que só dois reforços tiveram o seu aval (Jonathan e Nani). E foi mais longe, questionando os presentes acerca dos motivos de não ser o director-desportivo (Augusto Inácio) a planear o plantel, em vez do que acontece na realidade, onde é o presidente que escolhe jogadores, alguns deles até via vídeos do Youtube.

d) Bruno de Carvalho, no seu ego e espírito maniento por demais conhecido nos corredores de Alvalade, não gostou que o treinador pensasse pela sua cabeça, e colocasse questões por demais pertinentes. Perante isto disparou “Acabou!!! Segues o teu caminho e eu o meu!”, desfecho ao qual Marco Silva não colocou qualquer objecção, mas alertando logo “Só saio pelo valor total da indemnização, pago a pronto”.

e) Perante isto, e perante o pré-aviso dos bancos e da Holdimo, dado umas horas antes, de que não emprestariam os 2 milhões de euros necessários, a reunião foi abruptamente interrompida, e Bruno de Carvalho mudou a estratégia. Ainda nesse dia, pela hora do jantar, começou a urdir um plano para “queimar” a imagem de Marco Silva junto dos sportinguistas e da opinião pública, e assim conseguir impor a sua vontade. Pediu a José Quintela para enviar informações para a imprensa, dando conta de uma ruptura entre presidente e Marco Silva, ao mesmo tempo que se desdobrava em chamadas telefónicas  e troca de SMS´s com Virgílio e José Eduardo.

f) José Eduardo, instruído de véspera pelo presidente e por Virgílio (Inácio recusou-se, desde logo, a participar em tal esquema), chama a RTP Informação ao aeroporto, antes de embarcar de férias para terras germânicas, atacando Marco Silva da forma que todos viram. Pior, já antes do embarque José Eduardo, valendo-se do seu estatuto de cronista de ABola, deixou na redacção do jornal, um artigo com conteúdo similar às declarações que fez, reafirmando aquilo que disse à RTP Informação, já depois de ter escrito o referido artigo.

g) Mas os planos do trio Bruno de Carvalho-Virgílio-José Eduardo saíram furados, a maioria dos sportinguistas (sócios e simpatizantes) não deram o habitual “ámen” à vontade do presidente, e manifestaram-se contra este, de forma clara e contundente. Bruno de Carvalho teve que fazer marcha-atrás, saíndo de casa rumo à Sporting TV, para garantir a continuidade do treinador, mas, e há testemunhas disso, prometia nos corredores que haveria de demitir Marco Silva, custasse o que custasse, e a abertura de  processos disciplinares aos sócios que o criticaram na Página Oficial do Sporting no Facebook.

h) José Eduardo aterra em Berlim, e é confrontado com o volte-face ao cenário que lhe havia sido garantido por Bruno de Carvalho e Virgílio, sendo que liga imediatamente a este último afirmando “Espero que não me entalem quando começarem as críticas, caso contrário vou ter que contar tudo!”. Bruno de Carvalho, umas horas mais tarde, garante a  José Eduardo que o Sporting nunca criticará ou emitirá um comunicado a repudiar as palavras do fornecedor de catering do Estádio. Ou seja, o ataque feroz e injustificado a Marco Silva passaria impune aos olhos do clube, sinal de que este foi claramente orquestrado e encomendado pelo presidente.

i) Bruno de Carvalho começa a dizer em surdina, dentro do Sporting, que vai conseguir despedir Marco Silva sem lhe pagar um euro que seja, “bastando” para isso que o Sporting perca cinco pontos nos três próximos jogos da Liga. Ao ouvir isto, um dirigente da SAD questiona de imediato “Isso não seria colocarem-se outros interesses à frente dos interesses desportivos do clube?”, pergunta à qual o presidente respondeu “Cale-se, aqui quem manda sou eu!”.

Ou seja, o presidente do Sporting, cria e provoca problemas e crises onde estas não são necessárias, para depois tentar aparecer, aos olhos dos sportinguistas, como o apaziguador e solucionador dessas mesmas crises.

O objectivo da demissão de Marco Silva, ainda em Dezembro, era o de levar alguma instabilidade à Assembleia-geral anunciada para Janeiro uns dias antes, de forma a poder-se provocar eleições antecipadas.

Mais grave, o presidente deseja que o Sporting perca cinco pontos em três jornadas, para poder demitir um treinador, sem quaisquer custos, o que só mostra que Bruno de Carvalho, está, como sempre esteve, mais interessado em servir-se do clube e em perpetuar-se no poder, do que no bem e interesse do Sporting Clube de Portugal.

Saudações leoníssimas